terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Você é pipoca ou piruá?


Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre. Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão - sofrimentos cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: pum! - e ela aparece como uma outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.
Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá.Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. Meu amigo William, extraordinário professor-pesquisador da UNICAMP, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia as explicações científicas não valem. Por exemplo: em Minas ‘piruá’ é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: ‘Fiquei piruá!’ Mas acho que o poder metafórico dos piruás é muito maior. Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. Ignoram o dito de Jesus: ‘Quem preservar a sua vida perde-la-á.’ A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira... (Rubem Alves)

Oh meu amigo,meu herói...

Ela olha para longe sem olhar especificamente para nada.Pensa no amigo. Como lhe querer mal? Impossível. Não é de sua índole querer mal a ninguém e, mesmo que fosse, o que faria com os momentos de riso e companheirismo que ficaram impressos em sua Alma? Seria preciso uma amnésia para que pudesse simplesmente ignorar a sua existência ou somente apagar um trecho de sua vida. Mas isso, de fato, não acontece,nem acontecerá.Quando ouve falar dele e de seus passos chega até a formular uma prece em que pede, sem convicção, que anjos lhe guardem os passos. Pobre anjo a quem for designada tal missão! Há pessoas instigadas à autodanação. E ela sabe muito bem disso.



Oh! Meu amigo, meu herói
Oh! Como dói saber que
a ti também corrói a dor da solidão...
Oh, meu amado, minha luz
Descansa a tua mão cansada sobre a minha
Sobre a minha mão...
A força do universo não te deixará
O lume das estrelas te alumiará
Na casa do meu coração pequeno
No quarto do meu coração, menino
No canto do meu coração, espero
Agasalhar-te a ilusão...
***

sábado, 27 de janeiro de 2007

sábado, 20 de janeiro de 2007

A little (and beautiful) girl.


Era uma vez uma menininha doce e carinhosa que teve uma infância feliz e pais amorosos e esclarecidos que lhe proporcionaram mais do que uma boa educação. Ensinaram-lhe valores universais. Em seu caminho para a vida adulta, a menininha idealizou uma vida baseada em tais valores.Procurou rodear-se de pessoas cujos valores eram tais quais os seus. Mas o MUNDO e até mesmo algumas pessoas, não comungavam de seus valores e, quem sabe para o seu próprio crescimento, a menina,que aos poucos foi se tornando uma mulher, conheceu o contrário: a ira, a maldade, a ingratidão, a inveja, a maledicência, a cobiça e a deserção. Ficou chocada, triste e sofreu longos anos pela triste visão ao seu redor. Tentaram fazê-la ver que tudo aquilo em que acreditava era uma grande mentira. Até que numa linda primavera, a menina já crescida e angustiada com aquela inversão de valores, conheceu um gigante.E ele lhe disse que estava ali para reavivar todas as mais remotas lembranças do que lhe fora ensinado na infância. E através de seu exemplo e de tantas conversas, ela percebeu o que era veneno e o que era água cristalina, soube o que era o amor maior, aprendeu que algumas almas vivem em deserto árido por toda uma vida e entendeu porque o mar existe para os grandes navios e as pequenas embarcações. Antes de partir para a terra onde vivem os gigantes, ele lhe disse:

- "Não te esqueças de quem és e não deixes que te ceguem e te apequenem porque és Grande e porque consegues enxergar o mundo ao teu redor sem leviandade ou estupidez".

A menininha, sozinha, crescida e transformada, voltou para a vida e, com o passar do tempo, foi deixando para trás tudo que era penoso e esmagador. Reteve para si o que o mundo lhe deu como essencial e o resto deixou degenerar não sem pena ou arrependimento. Esquivou-se pouco a pouco das almas secas e inaptas ao entendimento e ao calor. Esteve só...talvez ainda esteja. Segue sua caminhada em direção ao horizonte e ainda não descobriu que a sabedoria lhe chegará quando não houver mais arroubos e arrebatamentos. Encontrei-a ontem, ao olhar para o espelho, e ela me disse que deixou de desejar as estrelas. Contenta-se em poder vê-las brilhar... ☆☆☆

é doce...


1.Que tem sabor como o do mel ou o do açúcar.
2.Meigo... terno, afável, afetuoso.

encontro de almas


"Os encontros mais importantes já foram combinados entre as almas,
antes mesmo que os corpos se vejam."

E lá vem Rubem Alves...


OSTRA FELIZ NÃO FAZ PÉROLA
Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que são as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, com arroz, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos – seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostra felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostra felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão...” Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro da sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas aspereza, arestas e pontas, bastava envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o seu trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a sua rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para a sua casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras de repente seus dentes bateram numa objeto duro que estava dentro da ostra. Ele tomou-o em suas mãos e deu uma gargalhada de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou a pérola e deu-a de presente para a sua esposa. Ela ficou muito feliz...” Ostra feliz não faz pérolas. Isso vale para as ostras e vale para nós, seres humanos. As pessoas que se imaginam felizes simplesmente se dedicam a gozar a vida. E fazem bem. Mas as pessoas que sofrem, elas têm de produzir pérolas para poder viver. Assim é a vida dos artistas, dos educadores, dos profetas. Sofrimento que faz pérola não precisa ser sofrimento físico. Raramente é sofrimento físico. Na maioria das vezes são dores na alma!

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Que tal um pouco de Gal?!?


Deus me livre de ter medo agora
Depois que eu já me joguei no mundo
Deus me livre de ter medo agora
Depois que eu já pus os pés no fundo
Se você cair, não tenha medo
O mundo é fundo
Quem quiser no fundo encontra a porta
Do fim de tudo
Bem junto da porta está São Pedro
No fim do fundo
Findo
Fundo
Findo

..............

Em 2007,PENSE!


Nunca é tarde demais para mudar. Nunca é tarde para se tomar uma providência. Nunca é tarde demais para lembrar que um dia já fomos românticos. Nem nunca é tarde para dizer eu te amo. Nunca é tarde demais para se aprender uma nova lingua. E também nunca será tarde para correr atrás daquele sonho. E nem daquele amor... Nunca é tarde demais para se buscar um ideal. Nunca é tarde para começar a cuidar da saúde. Nunca é tarde demais para conquistar novos amigos. Nunca será tarde para fazer aquela viagem. Nunca é tarde demais. Nunca é tarde demais para começar tudo de novo!

Um 2007 de muita LUZ,PAZ E AMOR.......

Compaixão.


Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de fome,
de frio,de miséria...e só tem olhos pros seus míseros problemas e pequenas dores

Peace ॐ


Paz e união...afinal,"Alguém"
não nos disse que somos todos irmãos?